Inquéritos arquivados no Rio- Foto:/Gustavo Pellizzon
Alessandra Duarte, Camila Nobrega, Jailton de Carvalho e Márcia Abos, O Globo
Exemplo
de "fracasso institucional", que leva à perda de confiança da
população. Assim a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e entidades de
direitos humanos e de vítimas de violência classificaram ontem o
arquivamento em massa de inquéritos de homicídios feito pelos
Ministérios Públicos estaduais para cumprir determinação do Conselho
Nacional do Ministério Público de meta de conclusão de investigações -
como O GLOBO revelou no domingo.
Mais de 11 mil inquéritos foram arquivados no país, mais de seis mil só pelo MP do Rio.
Em
comunicado, o presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, afirmou: "Metas de
solução dos casos não devem ser interpretadas como ordens de
arquivamento amplo, geral e irrestrito que deixem à solta assassinos e
criem sensação de injustiça".
A OAB comparou o quadro com o que
ocorria com desaparecidos políticos na ditadura: "Sumiços não
explicados; não adoção de estratégias para reconhecimento de corpos em
cemitérios clandestinos; falta de análise séria dos autos de
resistência. Esse quadro alimenta, no cidadão, a ideia de fracasso
institucional e descrença na Justiça", disse Damous. A OAB ressalta que o
perfil "é o de sempre: vítimas pobres, como se a vida dessas pessoas
nada valesse".
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