DIÁRIO POLÍTICO DE FEIRA NOVA

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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Apequenou-se

Por: * Maurílio Ferreira Lima

Antes de morrer, Sérgio Mota disse para FHC, então presidente da República: nunca  se  apequene. O governador Eduardo Campos se  apequenou com a eleição da senhora sua mãe, deputada Ana Arraes, para  o Tribunal de Contas da União. Passada a euforia da esmagadora vitória da  deputada e a acachapante derrota e esmagamento de Aldo Rebelo, como   disse o conselheiro Acácio, as consequências vêm depois. A leitura que  está sendo feita do perfil do governador por respeitados cronistas políticos  e  lideres partidários é fatal para os projetos políticos do governador.
Pernambuco, apesar de ser um Estado pobre e nordestino, diferente  do  Espírito Santo, Paraná, Goiás, etc., sempre catapultou à cena nacional  lideranças que tiveram grande importância na vida politica brasileira. Tivemos Agamenon Magalhães, Etelvino Lins, Miguel Arraes, Jarbas  Vasconcelos, etc. O governador Eduardo Campos se elegeu derrotando  uma liderança da importância de Jarbas Vasconcelos, herdou um Estado  arrumado, grandes  projetos que maturaram nas suas mãos e apoio farto do  governo federal.
Chefia uma administração exitosa, que não coonesta roubalheiras. Além de  tudo, tem nas costas a herança politica do avô, Miguel Arraes, vista com  respeito unânime no país. O governador passou a alimentar projetos  nacionais, e constatando que a chapa  Dilma Rousseff está fechada para  2014 e sabendo que Dilma dificilmente perderá a eleição presidencial, não  seria nunca vice de Aécio Neves, que sabe ser uma barca furada. Ele se prepara para ser presidenciável em 2018 e seu grande capital político era  ser o novo.
O Brasil repudia e simboliza em José Sarney todo um Brasil velho, com  políticos coronéis forçando a nomeação, de  preferência um filho ou  parente, para qualquer cargo governamental importante. O Brasil  quer  deixar  para  trás os partidos políticos, a maioria deles alcatéia de quadrilhas que só pensam em assaltar os cofres públicos. Lutando para  eleger a senhora sua mãe, o governador passou a ser visto como igual  a Sarney e a todos os políticos nepotistas que infelicitam o país. Com a  vitória da deputada Ana Arraes, o grande derrotado não foi Aldo Rebelo  mas o governador Eduardo Campos, que perdeu definitivamente e não  recuperará o mais  importante capital  político para o seu futuro: ser  o  novo e  diferente. E não venham dizer que escrevo isso por ser amigo de  Jarbas e ter tido problemas de relacionamento com  Miguel Arraes. O que  aqui está escrito é a leitura nova que o Brasil faz do governador Eduardo  Campos.

* Maurílio Ferreira Lima é ex-deputado federal e ex-presidente da Radiobrás.

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