Antes de morrer, Sérgio Mota disse para FHC, então presidente da
República: nunca se apequene. O governador Eduardo Campos se
apequenou com a eleição da senhora sua mãe, deputada Ana Arraes, para
o Tribunal de Contas da União. Passada a euforia da esmagadora vitória
da deputada e a acachapante derrota e esmagamento de Aldo Rebelo, como
disse o conselheiro Acácio, as consequências vêm depois. A leitura que
está sendo feita do perfil do governador por respeitados cronistas
políticos e lideres partidários é fatal para os projetos políticos do
governador.
Pernambuco, apesar de ser um Estado pobre e nordestino, diferente do
Espírito Santo, Paraná, Goiás, etc., sempre catapultou à cena nacional
lideranças que tiveram grande importância na vida politica brasileira.
Tivemos Agamenon Magalhães, Etelvino Lins, Miguel Arraes, Jarbas
Vasconcelos, etc. O governador Eduardo Campos se elegeu derrotando uma
liderança da importância de Jarbas Vasconcelos, herdou um Estado
arrumado, grandes projetos que maturaram nas suas mãos e apoio farto
do governo federal.
Chefia uma administração exitosa, que não coonesta roubalheiras. Além
de tudo, tem nas costas a herança politica do avô, Miguel Arraes,
vista com respeito unânime no país. O governador passou a alimentar
projetos nacionais, e constatando que a chapa Dilma Rousseff está
fechada para 2014 e sabendo que Dilma dificilmente perderá a eleição
presidencial, não seria nunca vice de Aécio Neves, que sabe ser uma
barca furada. Ele se prepara para ser presidenciável em 2018 e seu
grande capital político era ser o novo.
O Brasil repudia e simboliza em José Sarney todo um Brasil velho, com
políticos coronéis forçando a nomeação, de preferência um filho ou
parente, para qualquer cargo governamental importante. O Brasil quer
deixar para trás os partidos políticos, a maioria deles alcatéia de
quadrilhas que só pensam em assaltar os cofres públicos. Lutando para
eleger a senhora sua mãe, o governador passou a ser visto como igual
a Sarney e a todos os políticos nepotistas que infelicitam o país. Com a
vitória da deputada Ana Arraes, o grande derrotado não foi Aldo Rebelo
mas o governador Eduardo Campos, que perdeu definitivamente e não
recuperará o mais importante capital político para o seu futuro: ser
o novo e diferente. E não venham dizer que escrevo isso por ser amigo
de Jarbas e ter tido problemas de relacionamento com Miguel Arraes. O
que aqui está escrito é a leitura nova que o Brasil faz do governador
Eduardo Campos.
* Maurílio Ferreira Lima é ex-deputado federal e ex-presidente da Radiobrás.
Discurso de derrotado!
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