O candidato a presidente José Serra (PSDB) afirmou neste domingo não ter dúvidas de que o PT está envolvido no episódio da quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas a ele e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
"Eu não tenho dúvida [de que há envolvimento do PT nesses episódios]. Esse é o DNA do PT", disse em entrevista coletiva após visitar o Museu da Língua Portuguesa, no centro de São Paulo.
Questionado pelos jornalistas a respeito das críticas feitas por Lula durante comício em Guarulhos (SP), ontem, Serra preferiu evitar o confronto: "Eu não vou ficar batendo boca com o Lula". Mas disse que Dilma Rousseff (PT) precisa parar de se esconder atrás do presidente.
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JOINVILLE - O candidato do PSDB à presidência, José Serra, chorou em comício realizado na noite desta sexta-feira (4) em Joinville (SC) ao comentar a violação do imposto de renda de sua filha. Ele relembrou a prisão ocorrida no Chile, em 1973, e acusou o PT de "terrorismo". "Minha filha nunca se envolveu com política, tem três filhos pequenos para cuidar e não merecia sofrer esse terrorismo. Isso é um atentado, um fato que assusta e ameaça o regime democrático", afirmou.
Serra fez um discurso para cerca de 500 pessoas em um clube da cidade. Ao falar sobre política, ele relembrou o período de exílio após o golpe militar e a prisão ocorrida diante de dois filhos. "Estava com meu filho de um ano no colo. Minha filha, então com quatro anos, viu policiais colocarem um fuzil na minha cabeça e me algemarem. Isso me machucou muito e fez com que eu sempre lutasse pelos direitos humanos".
Em tom bastante emocionado, o ex-governador paulista falou em detalhes de sua prisão e de seu exílio. "Fui duplamente exilado, fiquei 14 anos sem ver minha família e nunca esperava passar por isso novamente até que essa barbaridade veio à tona", disse em meio ao discurso, sem esconder as lágrimas. "Lutei pelos direitos humanos toda a minha vida. Não tenho um questionamento sobre minha vida pública ou mesmo um padrinho. Não merecia passar por isso".
Serra foi acompanhado por lideranças do DEM e do PMDB durante sua passagem por Joinville, o maior colégio eleitoral de Santa Catarina. Apesar do desabafo e de declarações duras contra Lula e o PT, ele afirmou que se eleito, pretende exercer um governo de "união". "Chega de administrações para amigos e compadres. Queremos um Brasil unido, com todas as forças e liderança. Nossa democracia não tem mais espaço para outro tipo de atitude".
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