As consultas ao número de Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) de EJ feitas pelo servidor se deram em 3 de abril de 2009, em menos de 1 minuto - das 16h32min18seg às 16h32min59seg. No mesmo dia, o CPF de EJ foi consultado também em Brasília, por uma servidora que comprovou à Corregedoria da Receita ter motivação profissional para o acesso.
Os presidentes do PT nacional, José Eduardo Dutra, do PT-MG, Reginaldo Lopes, e do PT de Arcos, Hideraldo José, dizem que não conhecem Amarante e que ele não teve atividades partidárias nos nove anos de filiação. “A oposição vai fazer mais estardalhaço, mas não há nenhuma relação da campanha com esse episódio. O fato de ser filiado, é claro, por si só causa constrangimento ao partido’’, afirmou Dutra, que disse que ele será expulso se comprovada irregularidade.
“Conheço o PT de Arcos, sou votado em Arcos, e nunca ouvi falar dessa pessoa. Se é filiado, não é militante’’, disse Lopes, do PT mineiro. O presidente do partido em Arcos - cidade de cerca de 36 mil habitantes - afirmou que a legenda tem na cidade 226 filiados. “Nunca nem vi essa pessoa. Ela nunca participou de qualquer ação, atividade partidária aqui em Arcos.’’
Ontem, a Folha de S. Paulo não conseguiu contatar Amarante. Ontem ele disse que, por ofício, acessa CPFs por motivos variados e que não se lembrava a razão de ter vasculhado a ficha de EJ. A consulta ao CPF dá acesso a dados cadastrais -como nome e endereço. Não permite observar declarações de renda nem de bens. Amarante também afirmou que até então não havia sido questionado pela Corregedoria da Receita, embora a sindicância tenha sido aberta há mais de dois meses.
Amarante é o segundo personagem do escândalo que pertence ao PT. O homem que usou uma procuração falsa para retirar na Receita os dados sigilosos de Veronica, o contador Antonio Carlos Atella, foi filiado de 2003 a até pelo menos 2009. A exemplo de Amarante, o PT diz que Atella nunca teve atuação partidária.
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