DIÁRIO POLÍTICO DE FEIRA NOVA

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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Se pudesse, a maioria dos pernambucanos dava uma banana para os políticos e não ia às urnas votar




Os defensores da democracia representativa dizem que a obrigação do voto tem uma função democrática na sociedade.

O senso comum diz que democrático seria a livre decisão de participar ou não do pleito. Pois bem.

O Instituto Maurício de Nassau perguntou aos eleitores pernambucanos o que eles achavam desta questão, para a elaboração do livro O Que Pensa o Eleitor Pernambucano?.

A maioria é contra a obrigatoriedade. 66% são contrários.

Apenas 29% dos eleitores pernambucanos são a favor do voto obrigatório.

"É frágil afirmar que esse dado demonstra um desinteresse do eleitorado pernambucano, mas preocupa se esses dois terços se abstivesse, de ir às urnas caso aobrigação fosse retirada", observam os autores. A obra será lançada no dia 09 de agosto, na Cultura.

Eu não vejo saída. A compra de votos já corre solta. Se se libera o voto, também o abuso do poder econômico e político se manifestaria, com gente pagando para que o eleitor saísse de casa para depositar seu voto.

A propósito do assunto, veja o mail que recebemos do cientista político José Mara Nóbrega.

Prezado Jamildo,

No resultado da pesquisa do IMN há graves problemas de interpretação. Primeiro, ser contra o voto obrigatório não tem relação direta em não participar do processo de escolha dos governantes. Sou contra a obrigatoriedade do voto! E nem por isso deixaria de participar do processo de escolha. Como eu, deve existir várias outras pessoas.

Outro ponto, se há compra e venda de votos é por que o eleitorado, além de ser mal educado e, por sua vez, mal formado politicamente, também é corrupto como aquele que compra o voto.

Terceiro ponto, se mais de 70% dos eleitores são contra a obrigatoriedade do voto e a hipótese levantada (para mim totalmente equivocada) de não irem às urnas fosse confirmada empiricamente, tendo 29% do eleitorado responsável pela escolha, este fato por si só não fragilizaria a democracia. Apenas a maioria deixou que uma significante minoria fosse responsável pelas escolhas.

Bem, vejo esta questão de forma bem mais complexa e precisando de estudos antropológicos para responder se há grande, média ou baixa apatia política do eleitor pernambucano e por quais motivos.

abraços fraternos.
José Maria Nóbrega
Doutor em Ciência Política pela UFPE

Blog do Jamildo

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