Por: *Maurílio Ferreira Lima
Na Coréia do Norte não tem democracia. Quando o time de futebol que foi eliminado da Copa do Mundo voltou ao país, cada jogador levou uma surra e todos foram condenados por ordem do ditador a trabalhos forçados no cabo da enxada.
Em Cuba os irmãos Castro prenderam um pugilista com 83 quilos e o soltaram tetraplégico com 43 quilos, depois de cinco anos de prisão e tortura. No Irã, uma viúva é condenada à morte acusada de chifrar o marido defunto.
Na democracia, qualquer pessoa tem o direito de pensar, escrever e ir para onde quiser e ter ou não religião, acreditar ou não em qualquer deus. Essa liberdade só pode existir se quem governa não faz lei. Quem faz lei não governa e quem julga nem governa nem faz lei. Para isso existir é necessário ter partidos políticos com ideologias e programas diferentes.
Parlamento com deputados e senadores que não devem seus mandatos ao governo e foram eleitos em eleições livres. Para tudo isso existir, as instituições tem que ser respeitadas. Não é possível baderneiros invadirem o palácio do presidente para obrigá-lo a assinar ou vetar uma lei ou invadir o judiciário para obrigar os juízes a votar contra ou a favor dos baderneiros.
A Câmara dos Deputados fez muito bem em suspender o esforço concentrado e não votar o piso salarial para soldados e bombeiros. Essa votação só ocorrerá quando os lìderes partidários decidirem e não os baderneiros. Da mesma maneira não pode a Câmara votar uma polícia penitenciária que depois quer isonomia de salários com a Policia Federal. A democracia tem que prevalecer sobre a baderna.
*Maurílio Ferreira Lima (PMDB) é ex-deputado federal (mauriliolima@globo.com).
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