Dilma critica 'ódio' dos adversários pelos países vizinhos

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, criticou nesta quarta-feira, em Natal, o que chamou de "política de ódio" dos adversários em relação à política internacional do governo. No início da semana, José Serra disse que o governo faz "filantropia" com a Bolívia e o Paraguai, e desperdiça tempo com o Oriente Médio.

Nós provamos que o país tinha todas as condições de ser um país respeitável internacionalmente, que respeitasse os vizinhos ao invés de fazer uma política de ódio, uma política que não cria o diálogo, não cria a paz - disse.

Mais cedo, Dilma voltou a criticar Serra em entrevista à rádio 96 FM e TV Minuto, de Natal. Segundo ela, o tucano faz acusações falsas, adotando a tática do medo para atrapalhar a sua candidatura.

Dilma relembrou o episódio da eleição de 2002 em que, no programa de Serra, a atriz Regina Duarte disse que tinha medo de Lula.

Não só é visível a tática do medo, como ele adotou esta tática em 2002. As pessoas têm memória. Eu recordo perfeitamente um programa de televisão feito durante a campanha dele contra o presidente Lula que uma atriz foi para a televisão e disse que tinha medo da vitória do presidente Lula. Essa tática ele está repetindo sistematicamente, e essa repetição é baseada primeiro em acusações absolutamente infundadas. Acredito que este tipo de campanha essa diminuição da qualidade da campanha não interessa a quem tem projeto como nós - disse a petista.

- São acusações completamente infundadas, sem base real nenhuma e sem provas, que é o mesmo tipo de acusação que faziam, e ele fez em 2002 para o Lula - completou Dilma.

Na véspera, a presidenciável acusou Serra de olhar para o retrovisor e ser o verdadeiro responsável pelas denúncias de Indio da Costa sobre supostas ligações do PT com as Farc. O tucano, por sua vez, minimizou e tentou por um ponto final na questão, dizendo que o assunto é "uma bobagem".

- É uma bobagem. Eu quero debater propostas para os problemas do país e dos estados - afirmou Serra em Palmas (TO), na terça-feira.

A candidata acusou ainda o senador José Agripino (DEM), candidato à reeleição no Rio Grande Norte, de fazer oposição sem tentar o diálogo, indo contra projetos que seriam importantes para o país. Ela criticou também o senador por ter declarado fazer uma oposição moderada ao governo.

O desrespeito é fazer oposição dura e depois fingir que não é dura - afirmou a petista, que também alfinetou o DEM pela ação movida pelo partido no Supremo Tribunal Federal contra o Programa Universidade para Todos (Prouni), que paga as mensalidades de estudantes no ensino superior privado.

Ainda durante a entrevista, Dilma elogiou o candidato a vice Michel Temer (PMDB), dizendo que não dava para comparar com os vices das outras coligações:

- Sem sombra de dúvida, é uma pessoa que pode ser vice em quaisquer circunstâncias porque tem condições para. Tem seriedade, tem experiência.

Dilma diz que governo Lula foi melhor que FH na área educacional

Dilma ainda criticou as ações do governo Fernando Henrique na Educação e elogiou o governo Lula. Segundo ela, o Brasil ainda está longe de um cenário satisfatório, mas deu passos importantes, como a criação de 214 escolas técnicas desde 2003 até o final de 2010. Ela afirmou que, se eleita, levará uma escola técnica aos municípios pólos e àqueles com mais 50 mil habitantes. O governo FH, segundo ela, foi fraco nessa área:

O governo Fernando Henrique proibiu na prática a construção de escolas técnicas, porque a União só podia fazer escolas públicas para estados e municípios que tenham recursos para mantê-las. E a manutenção é a parte difícil da questão. Então eles fizeram quase nenhuma escola técnica.

A petista disse ainda que a meta do Brasil é universalizar a pré-escola, que atende crianças de 4 a 5 anos, até 2016, mas pretende, se eleita, tentar antecipar esse objetivo. Ela também prometeu construir, se eleita, 6 mil creches - 1,5 mil por ano.