DIÁRIO POLÍTICO DE FEIRA NOVA

DIÁRIO POLÍTICO DE FEIRA NOVA

terça-feira, 29 de março de 2011

ARMADO MONTEIRO

Em entrevista à Radio Jovem Cap, Armando reconhece que está difícil o consenso para aprovar a reforma política e declara ser favorável ao fim da reeleição


Eis os principais pontos da entrevista:
Sobre a Reforma Política: “Eu reconheço que esse tema é bastante complexo. É difícil você construir um consenso em torno dos principais pontos da reforma. Veja que os principais partidos com assento no Congresso, o PT e o PMDB, por exemplo, têm pontos de vista discordantes em alguns aspectos muito importantes da reforma. Por exemplo, enquanto o PT defende o voto distrital puro, com lista fechada, o PMDB defende o tal distritão, o distrital puro ampliado. Então você vê que o tema da reforma política é sempre muito difícil e é por isso que ao longo de quase duas décadas essa reforma não avança verdadeiramente”.
“Agora o Senado constituiu uma comissão que é presidida pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ) e formada por um grupo de notáveis, ex-presidentes da República, ex-governadores, lideranças. No Senado, o processo tem evoluído, sobretudo porque vem se tentando fazer um consenso em torno de pontos menos sensíveis da reforma. Por exemplo, já há um razoável consenso sobre aquele ponto do fim das coligações nas eleições proporcionais. Já houve uma decisão também sobre a questão do suplente de senador, pois todos reconhecem que hoje o sistema atual é inadequado, já que o suplente carece de representatividade do ponto de vista do voto popular”.
“E agora também houve já um pré-acordo com relação ao instituto da reeleição, no sentido de vedar essa possibilidade, ampliando os atuais mandatos de quatro para cinco anos. Então, no Senado a gente verifica que o tema vem avançando de forma a eleger pontos que não estão ainda identificados com o núcleo mais importante da proposta”.
Sobre o fim da reeleição: “Eu sou favorável ao fim da reeleição. Acho que o instituto da reeleição no Brasil apresentou problemas, pois se sabe que há uma grande tentação para a utilização da máquina pública. Isso significa dizer que as eleições muitas vezes são desequilibradas. O peso da máquina termina desequilibrando a eleição. Acho que foi uma experiência que no Brasil não deu certo, embora evidentemente você possa até reconhecer que o instituto na sua essência não é antidemocrático. O povo pode, a rigor, se pronunciar sobre a continuidade de um projeto de gestão. Mas evidentemente, no Brasil, pelas suas peculiaridades, sobretudo a questão das eleições municipais, há muitas vezes abusos que têm de ser evitados, e por isso talvez o melhor seja o Brasil não adotar a reeleição, ampliando os mandatos de quatro para cinco anos.”
Sobre a relação do PTB com o deputado João Paulo: “Nunca fizemos um convite ao companheiro João Paulo, porque entendemos que ele pertence aos quadros do PT. Portanto, essa questão de João Paulo é uma questão do PT. Seria uma deselegância, seria até uma forma pouco reveladora desse espírito de aliança se nós estivéssemos pretendendo tirar um quadro da expressão de João Paulo. João Paulo precisa, e vai no momento certo, eu acho, definir o seu rumo. Eu aposto que ele continua no PT, pela identidade que construiu com o partido, pela trajetória dele ao longo do tempo. Então o PTB não formulou nenhum convite, por entender que essa é uma questão do PT. O que interessa ao PTB agora é fortalecer o partido para as eleições de 2012. Neste sentido, a partir de uma decisão da executiva estadual do partido, nós vamos fazer um grande trabalho de mobilização em todas as regiões de Pernambuco, identificando novas lideranças, estimulando os companheiros a participar do processo político-eleitoral. Essa é a nossa prioridade.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário