Levantamento avalia que podemos esperar por desastres naturais ainda piores e diagnostica aumento na emissão de gases nocivos no Brasil
AFP
O mundo ainda está longe de alcançar as metas de redução dos impactos
das mudanças climáticas estabelecidas pelas Nações Unidas, e deve se
preparar para desastres maiores se o atual cenário não for modificado,
alertou um estudo que ressaltou o aumento das emissões de gases de
efeito estufa do Brasil.
Durante as negociações da ONU realizadas na Cidade do Panamá,
preparatórias para a Cúpula Climática da ONU em Durban, na África do
Sul, no fim do ano, o Rastreador de Ação Climática, que pretende fazer
um acompanhamento dos esforços dos países para reduzir as emissões de
gases-estufa, detectou um abismo entre as metas estabelecidas pelos
governos e seus resultados.
Em 2009, na Cúpula do Clima da ONU anterior, em Copenhague, os países
concordaram no último minuto em limitar a elevação da temperatura na
Terra a 2 graus Celsius com relação aos níveis do período
pré-industrial, meta considerada tímida demais para os ambientalistas.
O rastreador calculou que o Brasil terá emissões "significativamente
maiores" ao previamente projetado. Em Copenhague, o País prometeu uma
redução entre 36% e 39% das emissões em comparação com o cenário
'business as usual' (com parâmetros inalterados).
No entanto, dados recentes do país indicam que as emissões de dióxido
de carbono aumentaram, sobretudo devido ao avanço do desmatamento,
destacou o estudo. Segundo números divulgados pelo Ministério do Meio
Ambiente na segunda-feira, a Amazônia perdeu 7.000 km2 de floresta no
ano concluído em julho de 2010.
Na China, país que detém o título de maior emissor de dióxido de
carbono, as emissões deste gás considerado o responsável pelo aumento da
temperatura no planeta estão crescendo mais rápido do que se pensava.
Segundo o estudo, se os níveis atuais forem mantidos, em 2020 as
emissões de gases estufa estarão na casa dos 54 milhões de toneladas de
dióxido de carbono, o equivalente a entre 10 e 14 milhões de toneladas a
mais do que a meta fixada.
O planeta está "muito, muito longe" de alcançar o objetivo de 2
graus, alertou Bill Hare, um dos principais autores de um relatório
científico das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, elaborado em
2007, e diretor do grupo de pesquisas Climate Analytics, sediado em
Postdam (Alemanha).
"Caminhamos para um aquecimento de mais de 3 graus, a menos que haja
avanços importantes", disse Hare, assessor do grupo ambientalista
Greenpeace, durante entrevista coletiva.
Até mesmo um aumento de dois graus na temperatura global seria
problemático, pois o mundo ficaria exposto a incêndios muito mais
frequentes e à elevação do nível do mar, destacou.
"Os níveis de aquecimento rumo aos quais estamos avançando podem
chegar a provocar facilmente severos danos a ecossistemas vulneráveis de
um extremo a outro do planeta", acrescentou.
"A produção e a disponibilidade de alimentos ficariam ameaçadas,
particularmente na África, se as práticas agrícolas atuais mudassem
rapidamente", explicou.
A China, que superou os Estados Unidos como o principal emissor
global, resiste a assinar um tratado internacional vinculante, mas se
comprometeu em reduzir entre 40% e 45% a quantidade de carbono produzida
por cada ponto do PIB até o final de 2020.
O Rastreador de Ação Climática admitiu que o país está tomando
medidas para economizar energia e trocar sua matriz energética com
vistas ao uso maior de fontes renováveis, como a eólica.
"Isto é muito positivo", disse Niklas Hoehne, diretor de política
energética e climática da consultoria Ecofys. Ele reforçou, no entanto,
que as emissões chinesas são superiores ao previsto inicialmente em
razão do "rápido crescimento econômico" do país.
Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama se comprometeu a
reduzir as emissões em 17% com relação aos níveis de 2005, mas enfrenta a
oposição férrea dos republicanos.
Muitos deles questionam as evidências científicas das mudanças
climáticas e afirmam que importantes reduções no uso de petróleo e
outros combustíveis fósseis representariam uma nova carga para a já
atribulada economia americana.
As negociações no Panamá, iniciadas no sábado passado e que se
estendem até a próxima sexta-feira, visam a tirar do ponto morto em que
se encontram alguns aspectos chave da próxima conferência das Nações
Unidas sobre Mudanças Climáticas.
O maior entrave está no futuro do Protocolo de Kyoto, que exige dos
países desenvolvidos que reduzam suas emissões de dióxido de carbono. As
obrigações impostas por este tratado terminam em 2012 e ainda não há um
pacto para renová-las.
Os participantes não esperam o anúncio de algum acordo, mas sim
estabelecer as bases para a conferência de Durban, que começará em 28 de
novembro e é vista como a última oportunidade de se tomar uma decisão
com relação ao período pós-Kyoto.
Bom dia
ResponderExcluirUm salmo sem motivo específico por ter deixado no seu blogger, mas específico para que leia as Escrituras de Deus, que sempre fala ao nosso ser.
Salmo 10
17 SENHOR, tu ouviste os desejos dos mansos; confortarás os seus corações; os teus ouvidos estarão abertos para eles;
18 Para fazer justiça ao órfão e ao oprimido, a fim de que o homem da terra não prossiga mais em usar da violência.
Abraços
Jesus Cristo te Ama!