Aos 42 anos, esse pode ser o último panamericano do mesatenista
Do Portal Terra

O Brasil conquistou o primeiro lugar na disputa do tênis de mesa por
equipes dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Contando com
participação decisiva de Hugo Hoyama, a equipe verde e amarela superou
nesta segunda-feira os argentinos por 3 a 1 na decisão de melhor de
cinco jogos disputada no Ginásio Code. Foi a décima medalha dourada dos
Jogos para o mesatenista, que ampliou sua hegemonia como recordista de
ouros entre os atletas brasileiros - o nadador Thiago Pereira, segundo
colocado no ranking, soma oito.
No primeiro jogo de simples da final, Gustavo Tsuboi venceu o
chinês naturalizado argentino Liu Song por 3 sets a 0, com parciais de
11/8, 12/10 e 11/8. Em seguida foi a vez de Thiago Monteiro superar
Pablo Tabachnik apesar do susto na primeira parcial - 3 sets a 1 (8/11,
11/6, 11/8 e 11/6).
Hugo Hoyama acompanhou o primeiro jogo sentado ao lado da comissão
técnica e vibrou discretamente a cada ponto brasileiro. A partir do
segundo duelo o experiente mesatenista ficou de pé aquecendo, já com a
raquete na mão. O experiente jogador, 42 anos, entrou definitivamente em
ação para o terceiro jogo da final, formando dupla com Tiago Monteiro
para enfrentar Gaston Alto e Song Liu. Se vencesse o jogo, o ouro já
estaria garantido. Mas ainda não era hora. Os argentinos levaram o
confronto por 3 a 1 (11/5, 10/12, 11/9 e 11/8).
Hugo Hoyama foi escalado para o quarto jogo de simples e não
desperdiçou sua chance de ser protagonista. Bateu Pablo Tabachnik por 3 a
1 e vibrou muito. Além da décima de ouro, o mesatenista alcançou a
marca de 15 medalhas pan-americanas no currículo.
O Pan de Guadalajara pode ter sido o último na carreira do
mesatenista de 42 anos, que prefere ainda não anunciar oficialmente se
vai batalhar para estar presente na edição de Toronto 2015. No Rio de
Janeiro em 2007 ele chegou a dizer que era sua última participação, mas
voltou atrás e competiu no México. Hoyama foi o porta-bandeira da
delegação brasileira na festa de abertura de Guadalajara. Quando foi
anunciado, dois dias antes, chorou de emoção. Ele disputa ainda a chave
individual no México, com estreia marcada para esta terça-feira.
Amuleto
Hugo Hoyama lembrou do futebol e do seu clube de coração, o
Palmeiras, depois de conquistar a medalha de ouro na categoria por
equipes nesta segunda-feira, nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. A
vitória sobre o time argentino teve rivalidade tão acirrada como nos
gramados e foi garantida enquanto o atleta usava uma espécie de amuleto:
uma cueca com o escudo do clube paulistano.
"Como diz o ditado, até na bolinha de gude a gente quer ganhar da
argentina. Mas o importante é que a amizade com os atletas deles
permanece fora da mesa. Não tem catimba nem briga. Acho que o futebol
tinha que ser assim. O futebol podia pegar o tênis de mesa como
exemplo", apontou Hoyama, ao lembrar que, em seu time do coração, as
críticas e cobranças têm extrapolado a esfera esportiva. A última crise
no clube teve início quando o volante João Vitor foi agredido por
torcedores na frente do clube.
"Tudo o que eu tenho visto sobre o Palmeiras nos últimos tempos,
com o jogador apanhando de torcida, é muito triste. Acho que deve ser
tudo levado na brincadeira. Eu tiro muito sarro quando o Palmeiras
ganha, e também tiram muito sarro de mim quando ele perde. Acho que isso
que é o divertido", opinou.
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