
Grande
número de políticos, ex-políticos e autoridades civis e militares
assistiram na noite desta quarta-feira, na Assembleia Legislativa, à
homenagem que foi prestada pelo deputado Júlio Cavalcanti (PTB) ao
ex-deputado e ex-governador Roberto Magalhães.
Compuseram a mesa dos trabalhos o deputado Tony Gel (DEM), que
presidiu a sessão, o ex-senador Marco Maciel, a vice-presidente do TCE,
Teresa Duere, o vereador Romildo Gomes (PSD), representando a Câmara
Municipal e o chefe da Casa Civil, Tadeu Alencar, representando o
governador em exercício João Lyra Neto.
Na ocasião, o ex-governador de Pernambuco pronunciou o seguinte discurso:
Senhor presidente
Senhores deputados e deputados
I) Venho a esta Egrégia Assembleia Legislativa, representante
legítima do valoroso povo pernambucano, para ser homenageado em razão de
gesto nobre deste Plenário, graças à iniciativa do Deputado Júlio
Cavalcanti, que representa nesta Casa o Município de Arcoverde, que teve
papel significativo para mim numa fase importante de minha vida
pública.
II) A justificativa da homenagem é o
transcurso dos meus 44 anos de mandatos eletivos, cargos e atividades
políticas, mas nela identifico, também, a solidariedade e a generosidade
do povo pernambucano e de seus representantes nesta Casa Legislativa.
III) Minha família teve muitos vínculos com esta Assembleia, ao longo
do tempo, pois a ela pertenceram como Deputados Estaduais, o meu avô,
Sérgio Nunes de Magalhães, o meu tio, Agamenon Sérgio de Godoy
Magalhães, e os meus irmãos, Luiz de Magalhães Melo e José de Magalhães
Melo.
IV) Se a ela não pertenci como parlamentar, nela tomei posse como
Vice-Governador e, depois, como Governador de Pernambuco, cumprindo o
protocolo constitucional, que atribui a esta Assembléia Legislativa, a
faculdade de dar consequência legal e política à vontade expressa pelo
eleitorado nas urnas.
V) Esta é a Casa da Lei. Tem como patrono Joaquim Nabuco, que foi
brilhante parlamentar, fiel abolicionista mesmo sendo conservador,
historiador e diplomata. Seus deveres o levaram para longe da Província e
do País, mas suas afinidades com Pernambuco o tornaram inesquecível,
uma lembrança tão forte que o seu nome é cidade, rua, praça, instituição
de pesquisa e patrono deste Poder Legislativo Estadual.
VI) Esta é a Casa do Diálogo. Tem como diretriz a tradução de
interesses sociais no encontro entre os Poderes do Estado. No exercício
do mandato governamental, fiel eu fui a este princípio, governando sem
conflitos com este Poder, ao qual devo, em grande parte, realização de
obra pública que, no reconhecimento do eleitorado, terá sido maior do
que eu poderia imaginar.
VII) O desenvolvimento de um povo é tarefa coletiva, construída por
muitas gerações. Hoje contemplo a envergadura e o papel estratégico do
Complexo Industrial Portuário de Suape e lembro que Pernambuco obteve,
em 2010, crescimento do seu PIB (Produto Interno Bruto), de 9,3%, em
relação ao ano de 2009. Mais elevado do que o PIB nacional, que cresceu,
no mesmo período, 7,5%.
VIII) Este feito orgulha os pernambucanos, é
a conquista de continuado trabalho realizado por vários governos, é a
concretização de obra eminentemente pernambucana na sua concepção, na
sua perseverança (quando muitos não acreditavam em seu êxito) e nos seus
notáveis resultados.
IX) A interiorização do desenvolvimento, que já alcançava Agrestes e
Sertões pela iniciativa privada e pelo poder público, é uma realidade.
Está aí o caso de Petrolina e Municípios da Bacia do São Francisco, que
compõem crescente espaço de fruticultura irrigada. Está aí o polo de
confecções, iniciado pelo empreendedorismo irradiado por Santa Cruz do
Capibaribe, Toritama e Caruaru.
X) Está aí a Transnordestina, que viabilizará o fortalecimento do
polo gesseiro do Araripe, beneficiando Municípios e Regiões sertanejos. E
já se afirma o pólo industrial de Goiana, ancorado em terminal
portuário, apoiando, em perfeita complementaridade, a infraestrutura da
indústria e do comércio, interno e externo.
XI) Mas Pernambuco não é só porto calcáreo, é também Porto Digital,
ponta de lança de novas tecnologias, renovando vocação de comerciantes,
que sempre tivemos, desde a Revolução Praieira de 1848, agora
transformados em mascates da tecnologia e do progresso.
XII) Exalto Pernambuco e, ao fazê-lo, saúdo os pernambucanos, firmes
que fomos, nas convicções republicanas, construtivos que somos, na
elaboração federativa, comprometidos, que temos sido com a Democracia.
XIII) E presto a minha homenagem aos
eleitores pernambucanos, externando o meu reconhecimento e gratidão
imorredoura, pois fui honrado com sete mandatos eletivos, executivos e
parlamentares, na certeza de que o voto recebido sempre teve em sua
origem a vontade livre, a confiança e jamais a busca de vantagens
pessoais inaceitáveis.
XIV) É com muita confiança e olhos postos no futuro, que me permito dizer aos pernambucanos, perante seus representantes, como antevejo o caminho para juntos levarmos adiante o crescente desenvolvimento do nosso Estado:
1) União de todos, acima dos partidos, credos e ideologias, sempre que estejam em causa relevantes interesses de Pernambuco;
2) Contribuição para aperfeiçoar o processo político
e eleitoral, cuja idoneidade é pressuposto de uma Democracia autêntica e
legítimo Estado de Direito;
3) Melhoria do nível de ensino, público e privado,
em todos os graus, por ser um bom sistema de ensino considerado por
especialistas nacionais e internacionais, indispensável para o
desenvolvimento de qualquer país.
4) Nenhuma leniência com a corrupção, onde quer que
se faça presente, tendo em vista as cifras desviadas do Erário, segundo
dados dos órgãos de controle, principalmente Tribunais de Contas da
União e dos Estados, Controladoria Geral da União e Ministério Público,
estimadas em bilhões de reais no país.
5) Ter sempre presente que a criança, os
adolescentes e os jovens brasileiros são aqueles que, no futuro, terão o
País em suas mãos, merecendo, por isso, toda atenção e proteção, em
face da ameaça do abandono, do desemprego, das drogas e da violência.
XV) Sensibilizado com o elevado gesto de Vossas Excelências, agradeço
a iniciativa desta homenagem e a todos que nos honraram com suas
presenças a este ato. Declaro-me sensibilizado pela maneira cordial e
acolhedora com que fui recebido pela Presidência desta Casa e pelos
Deputados que aqui vieram ou, mesmo não vindo, aprovaram no Plenário
esta homenagem.
XVI) Senhoras e senhores: Vamos continuar todos servindo a
Pernambuco, que é imortal na letra do seu hino, na grandeza do seu
passado, na memória dos seus heróis e nas promessas do seu destino.
Muito obrigado.
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