DIÁRIO POLÍTICO DE FEIRA NOVA

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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Achados seis pacotes-bomba destinados a embaixadas

Pacotes foram destruídos e ninguém ficou ferido

AFP

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A polícia grega encontrou, essa terça-feira (2), cinco pacotes-bomba destinados a embaixadas do Chile, Suíça, Bulgária, Rússia e Alemanha, e um sexto, desativado na chancelaria alemã. Os achados estão aparentemente relacionados com a série de tentativas de atentados que têm levado temor a Atenas.
Homens do esquadrão antibombas da polícia grega conseguiram neutralizar os três artefatos endereçados às embaixadas do Chile, da Alemanha e da Bulgária. Os outros dois destinados às representações diplomáticas suíça e russa explodiram sem causar vítimas, informaram as autoridades policiais.
Além disso, dois pacotes suspeitos de conter explosivos e aparentemente relacionados com os outros encontrados foram destruídos pela polícia no aeroporto de Atenas. Os pacotes continham livros preparados especialmente para ocultar explosivos em seu interior.
De acordo com a imprensa local, esses pacotes tinham como destinatários a organização policial Europol na Holanda e a Corte Europeia de Justiça em Luxemburgo. As representações estrangeiras haviam sido alertadas na segunda-feira de que deviam se manter vigilantes sobre os pacotes recebidos por correio, informou à AFP uma fonte diplomática grega.
No mesmo dia, a polícia interceptou três pacotes explosivos enviados às embaixadas de México, Holanda e Bélgica, bem como um quarto endereçado ao presidente francês, Nicolas Sarkozy.

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Segundo uma fonte policial, todos os pacotes-bomba descobertos esta terça foram enviados na véspera, e a polícia está seguindo a pista de um único grupo. Os investigadores consideravam difícil apontar uma organização precisa, em um país que conhece um ativismo extremista recorrente, inserido em vários grupos de ideologia anarquista e ultraesquerdista.
O caso atravessou as fonteiras e chegou até a Alemanha, onde na terça foi interceptado, na chancelaria, um pacote destinado a Angela Merkel que era "no mínimo destinado a provocar feridos", segundo o porta-voz do governo, Steffen Seibert.
Segundo o ministro do Interior alemão, Thomas de Maiziere, o artefato explosivo foi enviado da Grécia há dois dias e apresentava o "mesmo tipo de construção" que o recebido na terça na embaixada suíça em Atenas.
Segundo Theodoros Papatheodorou, professor de criminologia na Universidade do Peloponeso, estes atos essencialmente simbólicos buscam "chamar a atenção da opinião pública ao nível europeu" e "denunciar a crise" que castiga o continente, especialmente a Grécia.
Entre os quatro pacotes interceptados esta segunda-feira, dois foram descobertos em agências de entregas expressas, e outros dois em posse de dois suspeitos detidos imediatamente. Um deles, um estudante de química de 22 anos, era procurado por extremismo anarquista.
Os suspeitos, que estavam armados, se apresentaram esta terça diante de um promotor, que os denunciou por "pertencer a uma organização terrorista" e por "atos terroristas". O governo grego condenou "os atos de criminosos que tentam, em vão, semear o terror e perturbar a paz pública".
Os incidentes se inserem em um contexto social tenso na Grécia, a poucos dias de eleições locais decisivas para o governo socialista, que está aplicando um um impopular programa de austeridade fiscal para reduzir o elevado déficit do país, em troca de ajuda financeira da zona do euro e do FMI.
Na segunda-feira passada, o primeiro-ministro socialista, Giorgos Papandreou, que chegou ao poder em outubro de 2009, ameaçou convocar eleições legislativas antecipadas se o resultado das eleições locais lhe for desfavoráveis. "Luto para que o meu país evite a quebra, assumi responsabilidades históricas", desabafou Papandreou, em um chamado por continuar o tratamento rigoroso.

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