DIÁRIO POLÍTICO DE FEIRA NOVA

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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

PMDB mantém exigências e cobra definição de Dilma


Miran

Um dia depois de anunciar a constituição de um “blocão” na Câmara, o PMDB reiterou nos subterrâneos as “exigências” que já fizera ao PT e a Dilma Rousseff.

A quarta-feira foi movimentada em Brasília. Começou com um café da manhã de Dilma com o vice Michel Temer, que preside o PMDB.

Guiando-se por conselhos que recebera na noite anterior, em jantar com Lula, no Alvorada, Dilma evitou passar um recibo público às ameaças do PMDB.

Coube ao próprio Lula e ao PT comandar a reação à constituição do bloco PMDB-PP-PT-PTB, um conglomerado de 202 deputados.

Ao final do dia, restabeleceu-se o cenário da véspera. Lula e o petismo diziam que o blocão “não aconteceu”. E o PMDB repisava as condições de seu apoio.

Sob a aparência de normalidade, a mesma atmosfera de intimidações e indefinições. Abaixo, um resumo da encrenca:

1. Levado ao freezer, o “blocão” surtiu os efeitos planejados. Funcionou como um “susto”, um “recado” para lembrar do que o PMDB é capaz.

2. O partido de Temer age como sempre agiu. Informa que deseja colaborar. Mas esclarece que a colaboração não é graciosa, depende de contrapartidas.

3. Em público, Temer e seus liderados levaram aos lábios o discurso da unidade. Em privado, reiterou-se: o PMDB não abre mão do pedaço de poder que amealhou sob Lula.

4. No dizer de um de seus líderes, “o PMDB não quer tirar nada de ninguém, mas não admite que tirem o que é seu”.

5. Para não soar intransigente, o PMDB admite abrir mão de um ou outro ministério de sua cota. Desde que seja compensado com postos de igual relevância.

6. Hoje, o partido controla seis pastas: Defesa, Comunicações, Integração Nacional, Agricultura, Minas e Energia e Saúde.

7. Como exemplos de posições que o PMDB considera análogas às "suas", mencionam-se a pasta dos Transportes e a das Cidades.

8. De resto, acrescentaram-se à lista cadeiras mais vistosas que qualquer ministério: as presidências do BNDES, Banco do Brasil, Caixa e Petrobras.

9. São assentos que o partido sabe que Dilma não vai lhe entregar. Vão à lista como reforço à tese de que o melhor é não mexer no que já está feito.

10. No mais, o PMDB reiterou o desejo de firmar com o PT o acordo que prevê o rodízio na presidência da Câmara: dois anos para cada legenda.

11. Aconselhou o PT a retirar o Senado da conversa da Câmara. Da outra Casa legislativa cuidam os senadores. Ali, o PMDB não admite revezamentos.

12. O PMDB não tem pressa em definir os nomes. Submete-se ao calendário de Dilma. Mas "recomenda" que sejam definidos logo os critérios.

13. Dilma pode ceder ou não às reivindicações do “parceiro”. Atendendo, terá colaboração. Desatendendo, será emboscada no Congresso. O troco virá em conta-gotas, no melhor estilo pemedebê.

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