A disputa por cargos
PSB quer mais espaço no governo
Com seis governadores e 37 deputados, partido entra na disputa por cargos, já iniciada pelo PMDB. Em pauta, estão quatro pastas
Gerson Camarotti e Maria Lima
Depois do PMDB, o PSB oficializou ontem à noite o desejo de ampliar espaço no futuro governo da presidente eleita, Dilma Rousseff, para corresponder ao crescimento do partido nas urnas, com a eleição de seis governadores e 37 deputados federais.
Além do Ministério de Ciência e Tecnologia e da Secretaria Nacional de Portos, os socialistas querem recuperar o Ministério da Integração Nacional ou assumir o Ministério das Cidades.
O pleito do partido foi apresentado pelo presidente do PSB, governador Eduardo Campos (PE), ao presidente do PT, José Eduardo Dutra.
Hoje, os governadores do PSB e as principais lideranças da legenda se reúnem em Brasília. Mas, de forma reservada, a expectativa do deputado e ex-ministro Ciro Gomes de reassumir um cargo no primeiro escalão do governo Dilma perdeu força.
O PSB e o PT estudam como alternativa a indicação do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) para assumir um cargo no Ministério. Com isso, Dutra, que é primeiro suplente do parlamentar sergipano, assumiria a vaga no Senado.
Como o PSB saiu mais forte no Nordeste, com a eleição dos governadores de Pernambuco, Ceará, Piauí e Paraíba, Valadares passou a ser lembrado. Ao ser questionado se o senador seria escalado na sua cota e de Sergipe, Dutra brincou:
— Nem eu nem Sergipe temos cacife para ter cota no Ministério de Dilma.
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Paulo Marqueiro e Rafael Galdo
No estado em que a presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), teve a nona maior votação (60,48% dos votos, maior percentual do Centro-Sul do país), o governador reeleito do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), sai das eleições como um dos nomes influentes na formação do novo governo.
E, nos bastidores do Palácio Guanabara, fala-se em pelo menos dois ministérios que poderiam ser ocupados por aliados de Cabral: Saúde e Minas e Energia.
A informação é que Dilma gostaria de ter em seu governo os atuais secretários estaduais de Saúde, Sérgio Côrtes, que implantou as Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) — experiência fluminense que a petista pretende expandir para todo o país —, e de Segurança, José Mariano Beltrame, responsável pelo bem-sucedido projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas favelas do Rio.
Quanto a Côrtes, na Saúde, fontes do governo do estado dizem que o entendimento seria de que as UPAs já estão implantadas e, por isso, ele poderia estar à disposição da presidente.
Mas, em relação a Beltrame, afirmam que Cabral dificilmente abriria mão dele no estado, que seria uma figura essencial para o governador cumprir a promessa de pacificar todas as comunidades dominadas pelo tráfico e pela milícia.
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