DIÁRIO POLÍTICO DE FEIRA NOVA

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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Para contornar rebelião do PMDB, Dilma adula Temer


Num intervalo de menos de 24 horas, Dilma Rousseff viveu uma prévia da encrenca que a aguarda caso o eleitor a converta em presidente.

Na noite de segunda (18), em entrevista ao ‘Jornal Nacional’, Dilma teve de explicar-se sobre Ciro Gomes, incorporado à coordenação de seu comitê.

Recordou-se à candidata que, ao ser empurrado para fora do tabuleiro presidencial, Ciro chamara o PMDB de “ajuntamento de assaltantes”.

Mais: Ciro referira-se a Michel Temer, o vice da chapa de Dilma, como o “chefe dessa gente”.

Diante das câmeras da Globo, Dilma preocupou-se apenas em justificar a entrada de Ciro em sua caravana.

Não disse palavra em defesa do PMDB. Nem sinal de desagravo a Temer. Na manhã desta terça (19), os aliados ameaçaram atear fogo na aliança.

Para complicar, o comitê de Dilma demorava-se em exibir Temer na propaganda de TV. O vice gravara sua participação na semana passada. E nada.

De passagem por Goiânia, Dilma foi ciceroneada por Iris Resende, candidato do PMDB ao governo de Goiás.

Viu-se compelida a espargir sobre os microfones e os gravadores jatos de declarações antichamas.

Disse, por exemplo, que não vê o PMDB, esse “partido excepcional", como um “problema”.

Quanto ao vice, político “de extrema qualidade”, declarou que “não está escondido” na campanha.

À noite, Temer -"um homem extremamente experiente, digno e íntegro"- foi finalmente levado ao ar no programa eleitoral.

Acende daqui, apaga dali, o dia terminou em vapor. Mas o PMDB olha de esguelha para a campanha. Levou não um, mas os dois pés atrás.

Em meio à fumaça, uma impressão: se ganhar das urnas a cadeira de Lula, Dilma vai administrar o igual disfarçado de novo.

Logo ali, na virada da curva, bancadas de bigodes fartos e ternos viscosos armam emboscadas.

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