Ricardo Stuckert/PR
Estava tudo pronto. Palanque montado, equipamento de som testado, militância convocada. Uma preparação de duas semanas.
Sob atmosfera de festa, Lula faria na capital pernambucana, Recife, o maior comício já realizado na cidade.
Às voltas com a preparação para o debate da TV Globo, Dilma Rousseff não daria as caras. Sozinho, Lula discursaria como se fosse ele o candidato.
Súbito, veio a notícia. Pelo telefone, Lula avisou ao governador Eduardo Campos (PSB) que não haveria mais comício.
Vira-se compelido a trocar a apoteose de cabo eleitoral por um velório de chefe de Estado. Em vez da festa eleitoral, os funerais de Nestor Kirchner.
Na hora em que deveria empunhar o microfone, no palanque de Recife, estava abraçando a viúva Cristina Kirchner, na Casa Rosada.
Retorna a Brasília no início da madrugada desta sexta (29). No final da manhã, voa para Recife. Fará à tarde o que não pôde fazer na noite da véspera.
Com duas diferenças: 1) em vez do palanque, um carro aberto. 2) nada de microfones. A partir desta sexta, os comícios estão proibidos por lei.
A segurança do Planalto levou o pé atrás. Lula deu de ombros. Cogita inclusive percorrer um pedaço do trajeto –cerca de 3 km— a pé. Sem Dilma.
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