DIÁRIO POLÍTICO DE FEIRA NOVA

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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Folha (*) prepara o golpe. Mas valerá a pena ?

O golpismo valerá a pena?


São cada vez mais fortes os indícios que que a Folha de S.Paulo prepara para sexta-feira uma edição destinada a disparar a “última bala” contra a candidatura de Dilma Rousseff.


A insistência em obter os autos do processo contra ela, dos tempos de ditadura, no Supremo Tribunal Federal e, depois, no STF, visa, essencialmente, dar cobertura a uma matéria que já está escrita.


Até porque grande parte deste processo está copiada nos arquivos da Universidade de Campinas e são de acesso público. Fazem parte da coleção “Brasil, nunca mais”, do Arquivo Edgard Leuenroth, daquela Universidade.


Neles, segundo o próprio diretor do Arquivo, Alvaro Bianchi, “, não há nada nesses processos que vincule diretamente Dilma Rousseff a ações armadas, como sequestros, expropriações ou atentados contra alvos civis e militares, nem mesmo a greves ou manifestações estudantis. Ao contrário. Mesmo seus inquisidores não conseguiram estabelecer esse vínculo, não restando –senão- acusá-la vagamente de ‘subversão’ ”.


O professor Bianchi é insuspeito, pois é a favor da liberação indiscriminada dos arquivos do STM. Mas também é contra sua manipulação:


- Suprimir a memória para não perder votos não é boa coisa. Falsificá-la para ganhá-los também não, escreveu ele, num artigo publicado na Carta Capital, onde descreve o conteúdo da documentação relativa a Dilma.


O professor pode ter suas razões. Nem mesmo concordo com elas, pois a revelação daquilo que foi dito – ou que se alegou terem dito – em sessões de torturas abomináveis viola de tal forma o direito das pessoas que só elas, individualmente, podem julgar se querem tornar público, como protesto, ou se aquilo fere a si ou a terceiros,


Afinal, se esta mesma imprensa acha abominável a quebra de sigilo fiscal, revelando aquilo que pessoas disseram à Receita Federal, como pode achar normal ter o direito de revelar detalhes do que foi obtido usando de vilências bárbaras? Ou o crime cometido da delegacia fiscal de Mauá é mais grave do que aquele que se cometeu nas câmaras de tortura do regime ditatorial?


A discussão, porém, não se dá nem neste plano das ideias. Não há um pingo de “direito à informação” ou liberdade jornalística neste episódio.


O material – tentando envolvê-la em casos de sangue, não posso afirmar se direta ou indiretamente- está pronto para ser publicado de forma a não ser respondido. Sexta-feira, calam-se os horários eleitorais. No final de semana das eleições, não há possibilidade razoável de contestação. Impera o silêncio, e falarão sozinhos o Jornal Nacional, a Veja, O Globo…


Não será a ética ou o amor pela verdade que os impelirá, nem também o que lhes impelirá.

A única dúvida que lhes resta é se isso adiantará para derrotar Dilma e eleger Serra.

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