DIÁRIO POLÍTICO DE FEIRA NOVA

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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Mais por que LULA dá tanto poder ao chefe da policía federal...


A imagem abaixo traz fragmentos da perícia nas fitas a que VEJA teve acesso. São aquelas que revelaram as pressões, vindas de Dilma Rousseff e Gilberto Carvalho, para que o Ministério da Justiça produzisse dossiês contra os adversários do PT. O segundo recorte informa que um dos “objetivos da perícia” é verificar se duas das vozes de um diálogo são do titular da Pasta, Luiz Paulo Barreto, e de Pedro Abramovay, secretário nacional de Justiça. Creio que o trecho da reportagem que se segue à imagem se refira a essa conversa. Acho que vocês têm de ler.

pericia-fitasLeiam trecho da reportagem de Gustavo Ribeiro, da VEJA. Volto em seguida:
(…)
O clima de desconfiança no Ministério da Justiça contaminou até o mais alto escalão. A certa altura das conversas, o chefe da pasta, Luiz Paulo Barreto, manifesta suspeita de que seu subordinado Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da Polícia Federal, o espione. Em inúmeras ocasiões, Barreto revelou a seus assessores não ter ascendência sobre Corrêa. O ministro chega a expressar em voz alta sua desconfiança de que o diretor da PF tem tanto poder que se dá ao luxo de decidir sobre inquéritos envolvendo pessoas da antessala do presidente da República. Um desses casos é relatado por Barreto em conversa no seu próprio gabinete, ocorrida em meados de maio. À sua chefe de gabinete, Gláucia de Paula, Barreto fala sobre o possível indiciamento de Gilberto Carvalho, braço direito do presidente Lula. Em 2008, a PF interceptou telefonemas em que o chefe de gabinete da Presidência conversava com o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, um dos investigados na Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas.

O ministro, que diz ter tido conhecimento do indiciamento pelo próprio Gilberto Carvalho, revela que o diretor da PF promoveu uma encenação para iludi-lo, numa manobra para mostrar que seu poder emanava de fora da hierarquia do Ministério da Justiça. A conversa toma um rumo inesperado. Um dos interlocutores fica curioso para saber a fonte real de poder de Luiz Fernando, que lhe dá cobertura até para desafiar seu próprio chefe sem temor de represálias. “Ele deve ter alguma coisa…”, afirma. Procurado, Luiz Paulo Barreto informou que não comentaria nada antes de ter acesso ao áudio da conversa.

Voltei
É claro que, como todo mundo, fiquei indignado com aquela fala de Abramovay sobre não agüentar mais as pressões para produzir dossiês contra adversários. Mas confesso que o que mais chamou a minha atenção foi essa história do “superpoder” de Corrêa, o que o leva a desafiar, então, até seu chefe imediato, o ministro da Justiça.

Vamos seguir a lógica. Se Corrêa dá de ombros para o superior imediato, então quem segura a sua onda é o superior de Barreto, certo? E seu nome é Luiz Inácio Lula da Silva. Essa relação poderia ser determinada por uma sólida amizade entre ambos, o que não é fato. Sendo assim, ainda seguindo a trilha da lógica, fica até parecendo que Corrêa tem nas mãos algum trunfo que faria com que Lula se conformasse com seu superpoder.

É o que me diz me sugere a lógica, que, como todos vocês sabem, a minha principal fonte.

Por Reinaldo Azevedo

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