Clarissa Barreto, O Globo
O presidenciável José Serra (PSDB) disse nesta quarta-feira que a polêmica sobre o aborto não foi um tema que entrou na corrida presidencial por meio de sua campanha.
Em entrevista a jornalistas durante uma visita a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o tucano foi questionado sobre como o assunto surgiu na campanha e o tema continuaria entre os principais temas até o dia da votação do segundo turno, em 31 de outubro.
- Não foi uma pauta por nós colocada. Você está na campanha e não escolhe os temas. O primeiro a perguntar foi a imprensa, e eu não tenho problema em responder - disse o candidato.
Serra disse ainda que o tom de sua campanha não mudou desde o primeiro turno:
- O meu tom é o mesmo, mas se o outro lado levantar o tom, eu vou no máximo responder e apontar as inverdades. Eu não vou seguir a mesma rota de turbulência.
Durante o discurso em reunião com lideranças políticas, o presidenciável criticou a campanha de Dilma Rousseff (PT), embora sem citar explicitamente o nome da adversária. Ele disse que "é uma ironia que o PT, que era o partido da moralidade, tivesse se transformado no oposto, pelo menos em matéria eleitoral".
O tucano declarou ainda que sabia que a campanha era difícil, mas em nenhum momento duvidou que iria para a vitória porque andou pelo Brasil inteiro e as manifestações mostraram que "a população queria ir conosco".
Sobre o engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, que teria se apropriado indevidamente de R$ 4 milhões de doações feitas a sua campanha, Serra disse:
- Isso era uma pauta petista.
Logo depois da resposta, ele encerrou a coletiva.
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