Do jornal do Commercio - Gabriela López
Como
pré-candidato declarado ao governo do Estado em 2014, o senador Armando
Monteiro Neto (PTB) está mais à vontade no papel de crítico à gestão
Eduardo Campos (PSB), da qual fazia parte até setembro passado. Em
entrevista à JC News, nessa sexta-feira, o trabalhista não se
eximiu de apontar, segundo ele, as contradições da recente reforma
administrativa do governo do PSB e questionou os baixos índices
educacionais do Estado.
Instado a opinar sobre a recente decisão do líder socialista, anunciada no Programa do Jô,
de cortar secretarias e reduzir a máquina, Armando Monteiro disse que
“sempre há espaço para promover ajustes”, mas que “29 secretarias numa
estrutura estadual é muita coisa”. “Veja, uma coisa que queria
manifestar agora é que estão surgindo ultimamente notícias de (novas)
nomeações de ex-prefeitos, cotados para algumas áreas do governo”,
continuou, mesmo sem ser perguntado diretamente sobre o assunto.
Na
opinião do trabalhista, a nomeação de ex-prefeitos é incoerente com a
pauta defendida pelo governador socialista, que evoca critérios técnicos
e racionalização de gastos na máquina pública. Ele não falou, mas a
preocupação é também eleitoral: ex-prefeitos nomeados certamente
engrossarão o palanque socialista em 2014.
“É
uma coisa estranha. Você corta mil comissionados, que devem ter salários
médios e modestos. Por outro lado, se promove ex-prefeitos em
assessorias diversas, algumas de caráter, me parece, nitidamente
político. Aí eu pergunto: isso fica coerente com as linhas de uma
reforma que se pauta por critérios técnicos e de diminuição de despesa?
Eu conheço situações de ex-prefeitos que agora ganharam status de gestor
técnico em algumas secretarias. É um sinal contraditório nesse
processo”, alfinetou.
Após
criticar o baixo índice de exportação do Estado - segundo ele,
equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) –, Armando, na ponta da
língua, recorreu às notas do Ideb, prova que avalia os primeiros e os
últimos anos do ensino fundamental e do ensino médio, para censurar a
política educacional no Estado.
“Pernambuco
tem a 18ª posição nos primeiros anos, a 22ª nos anos finais e a 16ª no
ensino médio. O Ceará, que está aqui perto, com as mesma dificuldades de
estar no Nordeste, teve muito sucesso nos últimos dez anos. Tanto que
tem, respectivamente, a 7ª posição, a 12º e a 8ª. Então, há indicadores
que preocupam, e esse me parece que é muito importante”, concluiu
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