Em várias entrevistas no último final de semana, o ex-governador e senador eleito por Minas Gerais, Aécio Neves, citou uma frase que costumava ser dita pelo seu avô, Tancredo Neves: a presidência da República não é fruto de projeto político nem de desejo pessoal, e sim do destino. Lula tentou quatro vezes e chegou lá, mas outros que sonharam com aquela cadeira, como Carlos Lacerda e Antonio Carlos Magalhães, para ficar apenas nesses dois, não conseguiram sequer ser candidatos.
Serra tem feito da presidência da República uma obsessão. Em 2002, impôs-se no PSDB como candidato, contra a vontade do senador Tasso Jereissati, que abriu uma dissidência no Ceará para apoiar Ciro Gomes. Agora, como governador de São Paulo, renunciou a 1 ano e 8 meses de mandato para fazer nova tentativa. Aos 64 anos de idade, não convinha esperar por 2014. Parafraseando Tancredo, que o destino conduziu à presidência mas não permitiu que tomasse posse para governar, sua vez é agora.
A apenas 12 dias do segundo turno, Serra nunca esteve tão perto e ao mesmo tempo tão distante de ser presidente da República. Mesmo tendo perdido para o presidente Lula a parada de 2002, o destino o levou, após a derrota, à prefeitura e ao governo de São Paulo. Depois, tirou Aécio Neves do seu caminho para que ele fosse o candidato do PSDB. E fez com que Marina Silva o ajudasse, por tabela, levando a disputa ao 2º turno. Será ele contra Dilma Rousseff. E, se não for agora, não será nunca mais.
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