Mais ministros entram na campanha
Promessa de Serra de reajustar mínimo para R$ 600 faz governo antecipar negociação com centrais sindicais
Geralda Doca
A promessa do tucano José Serra de elevar o salário mínimo dos atuais R$ 510 para R$ 600 já em 2011 antecipou a tradicional negociação do governo com as centrais sindicais, prevista para ocorrer somente a partir da volta do Congresso, depois das eleições.
Ontem, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, entrou em campo para defender que só o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá a prerrogativa de definir o novo piso para o próximo ano, e criticar a proposta de Serra.
Outro ministro, Fernando Haddad, da Educação, também criticou a posição de Serra em relação ao Enem e ao ProUni.
A primeira reunião para discutir o reajuste do salário mínimo aconteceu ontem à tarde entre o ministro do Trabalho e representantes das centrais sindicais.
A audiência foi solicitada pela CUT, mas Lupi — que é presidente licenciado do PDT — chamou outras entidades para conversar, inclusive representantes dos aposentados.
— Nem Dilma nem José Serra, nenhum dos dois que for eleito para a Presidência terá ingerência no valor do salário mínimo no ano que vem, disse Lupi, ontem, ao divulgar os dados do emprego formal em setembro.
Para Lupi, o mínimo de R$ 600 prometido por Serra em seus discursos durante a campanha só será possível em 2012. Segundo Lupi, com base em estimativas da inflação em 2011 e do crescimento do PIB em 2010, o mínimo chegará em janeiro de 2012 valendo R$ 606,98.
— O que Serra propõe já está consagrado na legislação vigente, destacou Lupi.
A ideia do governo é assumir a tarefa de negociar com as centrais um aumento real para o mínimo que vai vigorar a partir de janeiro de 2011.
A proposta de Orçamento da União para o ano que vem, enviada pelo governo ao Congresso, prevê apenas a reposição da inflação, o que elevaria o piso para R$ 538,15.
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