O PSDB pode transferir o ato político que seria realizado no Recife, com a presença do presidenciável José Serra (PSDB), para Jaboatão dos Guararapes, um dos poucos redutos tucanos na Região Metropolitana do Recife. A possibilidade foi admitida às 17h40, logo depois de o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) definir que o PT tinha prioridade em organizar o evento na capital por ter feito o comunicado oficial antes dos tucanos. A escolha do novo local ainda não está 100% fechada, segundo a assessoria de imprensa da campanha serrista, mas a capital está fora de cogitação.
Se a programação for confirmada, essa é a segunda vez na campanha eleitoral que Serra vem a Pernambuco para participar de um comício. Ele esteve três vezes no estado durante o primeiro turno, mas não atraiu a atenção da militância como esperava. Depois de abertas as urnas, Serra ficou em terceiro lugar em Pernambuco, perdendo para Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV). A maior votação dele na RMR foi no Recife, onde conquistou 19,46% dos votos válidos. Em Jaboatão, município administrado pelo PSDB, Serra teve 16,68% dos votos.
A vinda de Serra ao estado é mais uma tentativa de quebrar um tabu no Nordeste, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem uma alta popularidade e conseguiu transferir boa parte para a presidenciável Dilma Rousseff (PT). Na semana passada, o tucano divulgou uma carta ao “povo de Pernambuco”, onde se comprometeu em dar continuidade aos projetos iniciados no governo Lula. “Devo muito de minha formação a Pernambuco. Admiro sua história de luta pela liberdade e pela democracia e sua cultura, que enche de orgulho todos nós brasileiros”, escreveu o presidenciável.
Serra bate numa tecla de "continuidade" para o Nordeste que é contestada frequentemente por Dilma. Segundo a petista, o tucano não cumpriu a palavra nem mesmo quando assinou, em cartório, um documento onde se comprometia em não abandonar a prefeitura de São Paulo para disputar o governo paulista. Serra assinou o documento e, mesmo assim, deixou o mandato de prefeito no meio para disputar o governo em 2006.
Por Aline Moura, do Diario de Pernambuco
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