Enquanto candidatos ignoram temas macroeconômicos, preocupação de analistas têm crescido durante campanha
Metas de superavit não têm sido atingidas, mas promessas eleitorais são de reduzir tributos e de aumentar gastos
Gustavo Patu e Ney Hayashi da Cruz
Enquanto Dilma Rousseff e José Serra praticamente ignoram o debate dos temas macroeconômicos, as expectativas de analistas e investidores para o próximo ano vêm piorando ao longo da campanha eleitoral.
A petista e o tucano ostentam a condição de economistas em seus programas de rádio e TV, mas pouco ou nada se sabe sobre o que pretendem fazer a respeito das políticas fiscal, de administração das receitas e gastos públicos; monetária, de controle dos juros e da inflação; e cambial, referente à relação entre o real e as moedas de outros países.
Nos três casos, o futuro presidente terá de tomar medidas para responder a incertezas que se acumularam nos últimos meses e tornaram o cenário para 2011, embora sem ameaça visível de crise, menos benigno do que parecia antes do início oficial da corrida ao Planalto.
A preocupação mais imediata é com a credibilidade do Orçamento federal.
Desde o ano passado, o governo não tem conseguido cumprir as metas de superavit primário, ou seja, a parcela da arrecadação de impostos e outros recursos poupada para abater a dívida pública.
Segundo pesquisa do Banco Central, o mercado não acredita no anunciado superavit de 3,3% do Produto Interno Bruto em 2011. As projeções dos especialistas, que convergiam para 3% até julho, hoje estão em 2,8% do PIB. A diferença em relação à meta é de quase R$ 20 bilhões, ou um ano e meio de Bolsa Família.
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