DIÁRIO POLÍTICO DE FEIRA NOVA

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sábado, 23 de outubro de 2010

Aécio sobe o tom: Lula comanda uma ‘facção política’

Divulgação

Dono de temperamento acomodatício, Aécio Neves é, entre todos os tucanos, o mais próximo de Lula.

Em 2009, quando se discutia o timbre que a oposição adotaria na sucessão de 2010, Aécio cunhou a expressão “pós-Lula”.

Pois bem. Os ventos mudaram. O discurso de Aécio está agora, mais próximo do anti-Lula.

Deve-se a migração à tentativa de Lula e do petismo de acomodar no colo de Aécio a violação fiscal de pessoas ligadas a José Serra.

Nesta sexta (22), de passagem pelo Piauí, Aécio criticou Lula por ter chamado de “farsa” a agressão que Serra diz ter sofrido durante caminhada no Rio.

"É lamentável. Triste a agressão, porém mais triste foi à postura do presidente da República”.

Para Aécio, Lula “se despe da condição de chefe de Estado para virar líder de uma facção política".

Na véspera, Lula também resumira o Fiscogate como uma briga de Aécio contra Serra: “É tucano tentando bicar tucano", afirmara.

Lula comprou a tese da PF de o ‘repórter’ Amaury Ribeiro Jr. encomendou a quebra dos sigilos para “proteger” Aécio de espionagem montada contra ele por Serra.

E Aécio: "É uma inverdade o que o presidente disse, e isso foi desmentido pelos fatos dos noticiários de hoje".

Referia-se às notícias relativas ao depoimento de Amaury à PF. Diferentemente do que havia sido divulgado, o ‘repórter’ não disse que agiu para “proteger” Aécio.

"Isto não existe no depoimento”, Aécio martelou. “Essa frase jamais existiu, foi uma declaração do delegado da PF, que, de forma incorreta, vazou parcialmente um depoimento..."

"...A Polícia Federal é uma instituição séria e está sendo utilizada em um jogo político. Nunca houve isso, é um factóide...”

“...O PT é que sabe forjar, criar dossiê e que faz quebra de sigilo, como ocorreu no caso do caseiro [Francenildo]. Isso está no DNA do PT, não do PSDB".

Aécio foi a Teresina, capital piauiense, para pedir votos para Serra. Participou de atos de campanha do candidato tucano ao governo do Estado, Sílvio Mendes (foto lá no alto).

Fez caminhadas, visitou igreja, discursou em comício. Acusado de esconder Serra no primeiro turno da campanha mineira, Aécio agora exibe o correligionário no peito.

Trazia grudado na camisa um adesivo com os dizeres: “Serra é do bem, vote 45”.

Aécio cumpre agenda combinada com Serra. Sozinho, sem o presidenciável tucano, a estrela do tucanato mineiro corre o país.

Nesta sexta, além de Teresina, Aécio fez campanha em Belém (PA). Na véspera, discursara por Serra em Goiânia (GO).

Neste sábado (23), estará em Alagoas. Em carreata, percorrerá as ruas do município de Arapiraca.

Na manhã de domingo (24), acompanhará Serra numa caminhada pela orla da praia de Copacabana, no Rio.

Um pedaço do PSDB questiona a eficácia do périplo de Aécio. Acredita-se que a presença dele seria mais útil em Minas, segundo maior colégio eleitoral do país.

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