Para um ministro de Estado, a pior forma de solidão é a companhia de outro ministro. Tome-se o exemplo dos ministros Guido Mantega e Gilberto Carvalho.
Um, ministro da Fazenda. Outro, ministro da cozinha do Planalto. Ambos petistas. Companheiros ideais, atingiram a mais perfeita solidão.
Trancado em seu isolamento, Carvalho recebeu em seu gabinete a nata do sindicalismo. Acenou-lhes com o reajuste da tabela do IR.
Decorridas menos de 24 horas, fechado em seu insulamento, Mantega replicou: "Não está sendo estudado isso".
Os sindicalistas levaram a Carvalho uma pauta de três itens: salário mínimo de R$ 580, aumento de 10% para aposentados e correção da tabela do IR em 6,46%.
O ministro só sorriu para o IR. Ainda assim, rebarbou o percentual. Em vez de 6,46%, disse que a tabela poderia ser cogida em 4,5%. E Mantega: Nem isso, senhores. Esqueçam.
Passageiros de uma mesma canoa, os ministros remam para lados opostos. Dilma Rousseff talvez devesse chamá-los para um pé-de-ouvido.
A presidente ordenaria a Mantega: “Diga ‘oi’ ao Gilberto”. Determinaria a Carvalho: “Diga ‘olá’ ao Guido”. Pode não encurtar a Sibéria que os separa. Mas fica mais civilizado.
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