DIÁRIO POLÍTICO DE FEIRA NOVA

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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Eduardo esconde o jogo


Irritado com reportagem do Estadão, com o enfoque de que estaria preparando a sua sucessão analisando nomes circunscritos ao seu clã familiar e político, o governador negou, ontem, que tenha dado o start do processo da escolha do candidato. Mas não é verdade. Eduardo há muito está debruçado sobre o complicado xadrez político.
Já tratou de sucessão, primeiro, com o presidente estadual do PSDB, Sérgio Guerra, depois com o senador Jarbas Vasconcelos. Sexta-feira passada conversou das 19 à meia noite e trinta em sua residência de Casa Forte com o vice-governador João Lyra Neto.
E soube, ontem, que passa pela sua cabeça anunciar o candidato no próximo sábado, numa coletiva à Imprensa. O nó é justamente é o nome. Por ele, o candidato seria o secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar.
Embora técnico, Tadeu é o auxiliar que cuida da miudeza política do dia-a-dia. Com Tadeu, ele assinou e festejou em Gravatá a criação de um fundo estadual para atender os 184 municípios do Estado em quatro parcelas. É Tadeu que conhece todos os prefeitos, um a um, e faz a interlocução política com a Assembleia.
O secretário, entretanto, tem problemas que fogem às questões paroquiais e de natureza política e que já o inviabilizaram. Para se contrapor ao nome de Tadeu, setores do PSB que não engolem o chefe da Casa Civil jogaram o secretário da Fazenda, Paulo Câmara, na fogueira.
Mas este entrou na história apenas para cumprir uma tarefa dos insatisfeitos, pois é neófito no ramo da engenharia política e eleitoral, além de muito verde.  O vice-governador João Lyra talvez fosse à solução mais pragmática: vai assumir por nove meses e, eleito, só ficaria quatro anos no poder, porque já estaria reeleito.
Lyra, porém, não tem o perfil do novo que as supostas pesquisas indicam e que servirão de parâmetro para definição do candidato. O ex-ministro Fernando Bezerra Coelho, que deixou a pasta da Integração para entrar no jogo e é o mais conhecido de todos os nomes, não entra no script do critério confiabilidade.
Por isso, nunca sequer teve seu nome cogitado. Restaram o secretário de Cidades, Danilo Cabral, e o ex-deputado Maurício Rands.  Entre os dois, o governador preferiu investir em Rands. E passou a tomar a temperatura a partir da orientação de conceder uma entrevista de página inteira ao JC, maior jornal do Estado.
A reação da entrevista foi positiva e Rands foi mais além. Remanescente do PT, onde militou a vida inteira, está em campo para trazer o seu grupo, o que na prática tira votos do senador Armando Monteiro Neto, candidato do PTB com chances de ser apoiado pelo PT.
Rands, por enquanto, está no jogo, mas tem problemas também que podem inviabilizá-lo, entre os quais a renúncia à vida pública quando foi rifado pelo PT da eleição para prefeito do Recife.
Rochinha, um dos porta-vozes do lulismo no Nordeste, tem dito a aliados que aguarda apenas o nome de Rands ser anunciado para vazar para a Imprensa um pesado dossiê contra ele. Se não sobreviver, só restará, por exclusão, Danilo Cabral.
Blog Magno Martins

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